Um por dia

Pesquisar

Últimas postagens

UM SOBRE O TEMPO QUE TEMOS

Ontem, no fim do dia, assisti a um vídeo da JoutJout chamado 'A única certeza' com uma médica da medicina paliativa chamada Ana Claudia Quintana. (Aconselho assisti-lo antes de continuar lendo.)

O trabalho dessa área da medicina se caracteriza por deixar a vida dos pacientes terminais o mais leve possível no tempo que eles tiverem em seus ciclos. É uma profissão muito bonita, na minha opinião, e imagino que seja muito rica. Viver ao lado de pessoa que sabem que seu tempo está chegando ao fim deve trazer muitos insights, de dentro e também das experiências compartilhadas por quem está vivendo o processo.

A conversa em si não teve nada de tão novo para mim. Muito do que foi falado eu já havia pensado, mas funcionou como um ótimo lembrete, sem dúvida. Porém, mais do que isso, o jeito como a conversa rolou foi muito sutil e se passou de forma muito tocante.

Além disso, a Ana dividiu uma experiência pessoal muito forte. Aos 20 anos, ela pensou em se matar, pensou até mesmo em um plano de como fazer isso, mas, por um acaso da vida, decidiu não seguir adiante com o plano e hoje ela vê que foi a melhor decisão que tomou, porque ela perderia a felicidade que ela tem hoje, que ela encontrou logo adiante no caminho. Essa vivência dá uma esperança, sabe? É muito poderoso quando a gente vê os exemplos vindos de pessoas que realmente entendem do que estão falando.

No fim das contas, eu tirei algumas reflexões importantes mais uma vez:

1 - nosso tempo é curto demais para fazer o que não gostamos só por aparência ou por tentar agradar os outros;
2 - em vez de se preocupar com a morte, que é uma certeza, a gente deveria se preocupar com como estamos vivendo;
3 - não há necessidade de se desesperar. Grandes tormentos de hoje acabam perdendo a força ou até mesmo a relevância com o passar do tempo. A felicidade sempre encontra seu caminho até nós se não desistirmos.

Diante destas reflexões, acredito que preciso escolher de forma mais consciente de que forma quero investir o tempo que tenho. E acredito que tenho que pensar em investimento mesmo e não em tempo gasto e acho que posso garantir esse resultado se fizer as escolhas corretas.

Então, a pergunta é:


COMO QUERO INVESTIR MEU TEMPO?

Sei que quero gastá-lo sendo feliz e isso é um começo. O resto eu vou alinhando com o tempo.


Leia mais »

UM SOBRE NOVOS HÁBITOS

Cada um tem suas crenças e eu, claro, tenho as minhas. Desde muito cedo, sem qualquer influência específica passei a entender e acreditar que a gente está aqui para se aprimorar. Não por competição ou para cumprir metas, mas por nós mesmos. 

Por isso, acredito que estamos em constante mutação e isso não é ruim, é inevitável parte do processo. Se não mudamos não melhoramos, mas a permanência traz consigo o engano gostoso do conforto - já sabemos o que temos e onde estamos, e ficar parado não exige esforço. Para que o trabalho não é mesmo? Mas para mim esse conforto não vale a pena. Veja bem, não estou dizendo que não podemos estar satisfeitos nunca e que temos que estar sempre procurando mais, não é isso não. Tem situações que são ideais para nós e se as reconhecemos, temos mais é que preservá-las. Mas, como um todo, temos que estar sempre dando um passo adiante para sermos melhores para nós mesmos, afinal todos temos aspectos que não nos deixam felizes com quem somos.

Pensando nisso recentemente, percebi que uma boa estratégia para se mudar constantemente é adotar novos hábitos. De preferência, esses hábitos não deveriam ser adotados de forma aleatória. Eles deveriam ser pensados e incorporados depois de bastante reflexão sobre o quanto de benefício eles vão nos trazer e, caso haja alguma desvantagem, devemos pesar se o que tiraremos dessa nova rotina será mais proveitoso do que o contrário no fim das contas.

Nesse mês, decidi pensar em um novo hábito que eu acho que me fará bem para adotar. Normalmente, eu acordo já pensando na lista de coisas que tenho que fazer ao longo do dia, ou seja, já acordando colocando um peso danado nas costas e no dia. Muitas vezes eu acabava tomando café da manhã em pé mesmo na cozinha, mas acho que isso não é legal. As refeições são partes importantes dos nossos dias, são elas que nos danam energia e nos nutrem e curam todo dia. Então, decidi que todo dia, no café da manhã, sentarei a mesa e, enquanto como, lerei um pouco. Mas nada de redes sociais ou notícias. Isso fica para depois que já tiver sido acordada e energizada pelo meu desjejum. O objetivo é ler algum livro ou texto que me interessem e que me tragam alegria e conhecimento. Já somos obrigados a lidar com as notícias de um jeito ou de outro - se não vamos atrás delas, elas vêm atrás de nós através de outros - e muitas vezes tudo o que se fala é extremamente negativo, então não acho que preciso começar o dia já dessa forma. 

Optei por começar de forma mais leve e tem feito uma boa diferença. Sei que repetindo isso ao longo do tempo, ficará ainda melhor e, por isso, pretendo levar esse hábito para tanto quanto puder em minha vida. Amo ler e já começar o dia com algo que me traz alegria não tem nada igual. Acho que às vezes a gente só precisa passar a valorizar o que realmente tem valor. 
Leia mais »

UM SOBRE LIMPAR

Na semana passada, minha meta foi diminuir a quantidade de café. Primeiro tenho que deixar uma coisa clara aqui: sou extremamente chata com bebidas. Não gosto de refrigerantes, suco só se for natural, não gosto de qualquer cerveja, mas amo chás e café. Não só pelo hábito, mas pelo sabor e pelo ritual de carinho envolvido. É um tempo que você tira para se dar algo reconfortante e cuidar um pouco de si.

Dito isto, tomo café porque gosto de café. Claro que às vezes tomo porque estou cansada e quero uma energia extra, mas essencialmente é pelo gosto e isso, obviamente, faz com que eu consuma mais café do que muita gente. Porém, é importante lembrar que eu sou uma pessoa ansiosa e a cafeína me deixa mais ligada ainda. Algumas vezes, por motivos desconhecidos a mim, mas acho que tem a ver com qualidade de sono, cansaço e coisas assim, o café não bate legal e fico muito ansiosa mesmo. Pensando nisso, apesar de amar café, decidi dar um tempo e reduzir a quantidade que consumo por uma semana e, olha, que diferença!

Como a gente sabe, o café tem o poder de dar um gás maravilhoso na gente, mas este efeito tem validade limitada e, quando passa, ou temos que tomar mais ou nos sentimos mais cansados que antes. Esta já é uma desvantagem natural. Além disso, tem o fator que mencionei acima de me deixar meio ansiosa às vezes. Diminuindo a quantidade, eu posso continuar a tomá-lo, já que adoro, mas não sofro tanto com os efeitos colaterais que a bebida tem em mim. 

Além disso, também senti que fiquei com um nível de energia mais estável ao longo do dia, sem os picos que tenho por causa da cafeína e isso acabou me deixando mais animada do que imaginava e também mais realista sobre como meu corpo estava reagindo às atividades do meu cotidiano.

No fim das contas, só vi vantagens nessa redução e não era para ser uma surpresa porque afinal acho que vai muito mesmo do equilíbrio. Com tudo, e o café não pode ser diferente. Não tenho a mínima intenção de parar de bebê-lo, mas consumi–lo com mais parcimônia e bom senso só me ajudou a apreciá-lo ainda mais. E tenho visto que estas semanas de corte ou redução tem me feito muito bem porque consigo analisar mais objetivamente o efeito de tudo o que como e bebo no meu corpo e dia a dia. Todas as vezes, percebo que, em geral, consumo muito mais do que preciso de tudo o que raciono e quando a restrição passa, fica mais fácil ajustas as porções que preciso para mim. 
Leia mais »

UM SOBRE CONFIAR

Há algum tempo venho recebendo uns sinais que me levam sempre para a mesma direção: confiar mais, entregar mais meu caminho ao que acredito. E eu não acredito que as coisas aconteçam por acaso, então a minha meta da semana passada foi justamente tentar fazer isso de forma mais ativa. 

Venho traçando um projeto de ser cada vez mais presente nas minhas ações e mais positiva no que penso, mas, muitas vezes, percebo que me perco nas tarefas e nas preocupações do dia a dia e quando vejo já estou antecipando sofrimentos e angústias completamente desnecessários. Não é fácil para mim controlar esse processo - ele acontece muito além da minha vontade e não consigo simplesmente cortar os círculos viciosos nos quais me meto. Prazer, ansiedade.

Eu sempre tive uma característica marcante de ser muito positiva, só que quando me vejo dentro desse turbilhão de pensamentos até isso perco. Porém, se temos alguma característica que consideramos um trunfo temos que tentar usá-la, não é mesmo? E se eu não estava dando conta de voltar a essência sozinha, resolvi me apegar nas minhas crenças pessoais e seguir o conselho que o caminho estava me trazendo: não pensa, não tenta mudar ou agir nesses momentos que você se encontra perdida, só respira e deixa que o Bem aja. Tendo estabelecido isso como meta, fica mais fácil para eu me lembrar ou me direcionar porque o sentimento de ter um objetivo fica ali permeando seu subconsciente e nas horas necessárias parece que a resolução vem à tona por conta própria. 

Esforcei-me profundamente para realizar esta tarefa com o coração mais aberto possível e que semana eu tive! Aprendi tanta coisa, percebi milhões de outras, consegui voltar ao meu centro mais rapidamente mesmo quando saía um pouco da linha, recebi mais um tanto de dicas do universo e fui atrás delas e então percebi que era ainda mais uma peça do quebra-cabeça que venho montando. Estou mais leve e isso era o meu objetivo. Não estou dizendo que hoje já consigo controlar todo e qualquer pensamento nocivo que tenho - uma semana não faz milagre -, mas consigo reconhecê-los mais rapidamente e, o mais importante, consigo sentir apoio para lidar com a situação.

Nessa prática de entregar, ontem tive um insight muito pertinente. Quando eu tinha 4 anos, quase morri afogada. Voltei e, como toda criança, um minuto depois já estava na piscina de novo. Cresci, aprendi a nadar ainda melhor e não fiquei com trauma nenhum. Respeito a água porque ela é um elemento de muito poder e energia, mas é justamente ela que escolho para me renovar, sempre. É como se ela fosse minha casa primordial. Mesmo tendo passado por esta experiência eu não deixei que ela me definisse ou me limitasse. Quando estou na água, controlo meu corpo para que ela me cerque, me envolva e para que eu fique em perfeita harmonia com ela. E assim também são os nossos pensamentos, eles são poderosos e nos rodeiam o tempo todo. Podemos nos afogar com eles, perder o controle e sermos engolidos ou podemos usá-los como veículo de energia, de renovação, se nos permitirmos entrar em harmonia com eles. Eles não são mais mortíferos que a água, mas podem ser mais nocivos, na minha opinião, porque não prestamos atenção, somos descuidados e nos deixamos ser levados pela correnteza de pensamentos e, quando percebemos, já estamos muito distantes do nosso porto seguro. Essa analogia me ajudou a entender tanta coisa sobre mim e sobre o meu comportamento nesses últimos anos que nem sei dizer.

O que quero dizer aqui é: confie na voz que vem de dentro de vocês. As respostas já estão aí. Escutem-se, sejam tão receptivos a vocês mesmos quanto são com o mundo externo, principalmente (e infelizmente) o tanto que somos com o que é crítica ou negativo. Entregar ao universo, a Deus, ao Bem, ou só a sua voz interna pode acender a luz que a gente tanto procura.
Leia mais »

UM SOBRE CAMINHAR

Essa semana a meta que estabeleci foi bem simples: caminhar, pelo menos, 30 minutos por dia. Na segunda e na terça já tinha alcançado a meta da semana toda, mas ainda assim continuei fazendo questão de mantê-la porque não é só uma questão do tempo que se caminha mas do hábito que estabelecemos.

Na quinta-feira, caminhei bem menos do que nos dois dias anteriores, mas cumpri minha meta e ainda nadei e fiz ioga. 

Enfim, tem sido fácil cumprir com o que prometi para essa semana, mas a melhor parte foi lembrar a mim mesma porque sempre caminhei tanto. Que paz que é ter esse tempo só para si, para não pensar em nada demoradamente, mas deixar os pensamentos fluirem sem laços ou compromisso. Além disso, quando caminho parece que ativo todas as moléculas de energia do meu corpo. É como se eu acordasse plenamente para o dia.

Fiz questão de colocar uma nota mental para mim mesma de andar não importa a situação. Mesmo quando me sentir cansada, o problema está só em começar porque, uma vez caminhando, parece que os níveis de energia sobem automaticamente. E o sono bom que sinto à noite? Aquele cansaço verdadeiro que puxa um sono mais do que merecido e, por isso, de melhor qualidade. 

Claro que há outros exercícios que podem fazer o mesmo por nós. Nadar para mim é outro desses. É uma experiência quase religiosa estar imersa em água e me deixar entrar em sintonia com ela, mas, infelizmente, não consigo ter uma rotina que me permita nadar todos os dias ou com a frequência que gostaria. Sem mencionar a quantidade de produtos que usam em piscinas que quase me mata! Porém, acho importante que todo mundo tenha uma atividade para chamar de sua. Sei que a preguiça e o cansaço são enormes muitas vezes, entretanto o mais difícil é realmente superar essa barreira e começar. Uma vez que o primeiro passo é dado, os outros todos vêm e vêm felizes!

Leia mais »

UM SOBRE METAS

Eu nunca fui muito de estabelecer metas, principalmente fazer resoluções de ano novo. Porém, esse ano, resolvi que vou estabelecer algumas, todas bem realistas, que vão ser dividias em 3 categorias: semanais, mensais e anuais.

Na categoria 'semanais', vou agrupar coisas que podem ser obtidas mais facilmente e coisas temporárias. A primeira que estabeleci (e já cumpri!), por exemplo, foi ficar 1 semana sem comer doces, em uma detox mais do que bem-vinda depois das comilanças de fim de ano e aniversário. A segunda, que entra em vigor hoje, é agradecer por algo bom ao dormir e ao acordar todos os dias desta semana. No dia a dia estamos sempre tão ocupados e correndo que tendemos a deixar passar coisas incríveis que nos acontecem, desde pequenas demonstrações de afeto que outros têm para conosco, até a variedade de comida que temos a sorte de ter na mesa, até coisas grandes como bens que adquirimos ou viagens que fazemos. Com esta meta, quero me treinar a ver mais positividade em vez de ver só as obrigações que tenho na semana. Acredito que esta meta será repetida constantemente ao longo do ano.

No grupo 'mensal', vou incluir hábitos ou atitudes que não necessariamente serão temporários, mas que terão uma frequência mensal. A primeira meta incluída aqui é separar 1 dia neste mês para pensar sobre o que fiz durante ele e, dentro disso, o que quero fazer diferente daqui para frente e o que quero manter. Esta meta especificamente será repetida durante todos os meses do ano.

E, por fim, para as metas 'anuais', reservei mudanças ou atitudes que poderão ser obtidas a longo prazo. Um dos itens que já estão na minha lista é voltar a me alimentar melhor de acordo com os parâmetros que tenho, que, no meu caso, consiste em comidas como o menor número de processamentos possível. Ou seja, nada de conservantes ou alimentos industrializados e bastante produtos comprados de pequenos produtores que não usam agrotóxicos de forma indiscriminada. 

Ao longo das semanas, postarei aqui as novas metas e o que quero com elas. Espero que gostem!
Leia mais »

UM SOBRE ALÉM DO QUE SE VÊ

Assisti anteontem a uma matéria no Jornal Nacional que falava, mais uma vez, sobre os problemas causados pelo lixo que é jogados nas ruas, sobretudo agora na época mais chuvosa do ano.

Nesta mesma reportagem, mostrou-se o exemplo de um catador de lixo que, incomodado com a quantidade de lixo nas ruas, resolveu espalhar lixeiras e placas por um bairro em SP e revitalizar, ele mesmo, uma praça da região, construindo um balanço para as crianças, mesa de futebol de botão, entre outras coisas além de cuidar da limpeza da mesma. Sendo catador, ele precisa trabalhar muito para conseguir seu sustento, mas, ainda assim, ele dedica seu tempo livre a fazer melhorias em áreas públicas.

Nós, de forma geral, em toda nossa arrogância, sentimo-nos importantes demais para pensar em tais questões. Pensamos que o mundo está aqui para nos servir e não o contrário. Imagine, então, se faríamos algo a respeito. Muitas pessoas que conheço são incapazes de cuidar do próprio lixo, e muitos justificam essa postura dizendo que há alguém para fazer tal trabalho. Sim, há pessoas para fazer parte do trabalho, ou seja, para manter as ruas, restaurantes, estabelecimentos em geral, limpos, não para se responsabilizar pelo o que é descartado individualmente. Entretanto, todos, sem exceção, são extremamente críticos e sentem-se incomodados com a sujeira e, mais importante, são atingidos pelas consequências negativas, e até mesmo trágicas, que ocorrem todos os anos como efeito do descarte incorreto do lixo.

Sempre me surpreendo positivamente com atitudes que vêm talvez de onde menos se espera e fico feliz de passar esses exemplos adiante. E não estou sozinha. Ivan, como todo seu trabalho, consegue ganhar em média R$ 600,00 por mês. Não é necessário dizer que fica inviável dar conta de todas suas despesas com este valor. Felizmente, há quem admire e valorize este tipo de atitude. No meio da reportagem, chegou até a praça um outro morador da vizinhança com roupas para dar a Ivan e, como ele disse, retribuir um pouco do cuidado que ele tem com o lugar de todos. É nessas horas que esquecemos de ser "importantes" que nos tornamos especiais. 
Leia mais »

UM SOBRE TODO DIA É DEZEMBRO

Primeiramente: uau! Mais de um mês sem escrever aqui. Desta vez nem foi por falta de tempo, foi por falta de inspiração mesmo.



Agora vamos ao que interessa:

Eu não sei vocês mas, quando dezembro chega, parece que tudo tem jeito. Esse clima natalino, onde as pessoas desaceleram - ou aceleram, mas de forma positiva - todas as confraternizações que temos e, no meu caso, as férias logo ali dobrando a esquina e o verão chegando... Tudo isso é coisa demais para o meu coração e só consigo ser feliz. Claro que dezembro também tem problemas - tem a tal correria de fim de ano e uma gama de coisas pode acontecer também, mas está todo mundo tão concentrado no Natal que parece que tudo perde o peso, ou pelo menos fica mais leve.

Pelo menos é assim comigo. E isso me fez pensar em uma grande estratégia para o próximo ano: vou pensar todo dia que é dezembro, que o clima de leveza está no ar e que as Festas estão logo ali na esquina. Não sei se vai funcionar, porém mal não deve fazer :) Se for necessário, vale colocar uma Simone para tocar para dar o tom da estação, assistir a uns especiais do Roberto Carlos, comprar uma essência de panetone... Acho que são ações válidas para ter um ano mais tranquilo.

Bem, parece que já tenho minha resolução de ano novo. E vocês? Já pensaram nas suas?
Leia mais »

UM SOBRE A MELHOR PARTE DE AMADURECER

Há uma semana, estava esperando meu ônibus para ir para São Paulo e vi rapidamente um amigo de longa data e muito querido. Ele estava na correria para comprar sua passagem e depois também rapidamente saiu para embarcar, mas, nesse meio tempo, acenamos e tivemos "tempo"para mandar beijos um para o outro.

Essa troca rápida de carinho, ainda mais com um amigo tão querido, encheu-me de uma alegria leve. Nós dois sempre tivemos essa tranquilidade de mostrar carinho um com o outro, mas nem sempre fui assim com todo mundo. Quando temos nossos 20 e poucos anos, vivemos preocupados se seremos mal interpretados ou com medo de não sermos correspondidos em nossos afetos. Hoje eu vejo que a gente não sabe nada de amor se pensamos dessa forma. E depois que a gente entende que amor é muito mais que isso, fica fácil de entender que quanto mais a gente dá, mais fácil fica de senti-lo.

E, para mim, até agora, a melhor parte de amadurecer tem sido isso. Perceber como é fácil amar e receber amor. Não custa nada, não dói e não tem qualquer requisito mínimo, nem mesmo ser correspondido. 
Leia mais »

UM SOBRE RECIPROCIDADE

Nós somos seres curiosos. Desenvolvemos algumas potencialidades incríveis, mas esquecemos outras essenciais. Por exemplo, a capacidade de sentir empatia está cada vez mais caindo em desuso. Pensamos única e exclusivamente a partir do nosso ponto de vista e esquecemos de olhar ao redor. Na verdade, não. Olhamos ao redor talvez até demasiadamente, mas esquecemos ou não queremos sentir o outro. Tratamos algumas situações como absurdas quando acontecem conosco, mas nos mantemos apáticos ou até mesmo vibramos, quando o mesmo ocorre com o outro.

E nesse giro de visão que fazemos a partir do que nos interessa, ao nos depararmos com qualquer coisa que não se encaixe no que nos agrada, gera-se aversão e, muitas vezes, tudo o que se quer é eliminar o que passamos a considerar nocivo, errado.

Talvez isso seja intrínseco à natureza humana, essa selvageria inata, mas esse egocentrismo de querer que tudo seja como julgamos melhor, acredito eu que seja construído mesmo, erguido por anos de desmandos de quem detém poderes e privilégios. Mas, eu creio que o grande benefício da civilização deveria ir além do desenvolvimento de máquinas. A bem da verdade, na minha opinião, o diferencial primordial que a civilização nos deu é a capacidade de enxergar o que é certo e errado e fazer escolhas. Porém, é justamente isso que não vejo hoje em dia.

Quando começamos a achar que o certo é só o nosso próprio modelo ou opinião? O que é diferente não é errado. Vejo algumas pessoas de quem certamente gosto e que ousaria dizer que tenho também certeza de que gostam de mim escolhendo caminhos extremos e me pergunto: Será que elas também me amariam, me aceitariam, se eu fosse negra? Ou trans? Ou homossexual? Ou se eu tiver ou fizer qualquer coisa que estas pessoas acreditam errada, será que elas ainda verão quem eu sou além disso?

Quando eu apoio alguém que defende a violência, não posso esperar paz e segurança. É minimamente um contra-senso acreditar nisso. E quem você apoia demonstra quem você é, no que você acredita. Se você, de livre e espontânea vontade, opta por eleger alguém que considera que o que é diferente precisa de cura, você apenas está se enganando, dizendo a si mesmo que você não precisa de cura também, mas não se enganem, todos precisamos. Ninguém nasce pronto e perfeito. Mas é mais fácil apontar o erro do outro, assim a gente joga uma pá de entulho nos nossos próprios.

Vivemos em um país democrático, e defendo firmemente que temos o direito de escolher o que queremos para nossas vidas, mas a democracia só nos leva até aí. Isso não nos dá o direito de decidir o que deve ser da vida do outro. Isso é autoritarismo, ditadura.

Então, peço apenas que pensem, ou melhor, que sintam pelo próximo, principalmente antes de tomar decisões radicais. E lembrem-se, o mundo muda o tempo todo e um dia o diferente pode ser você. E então, você ficaria feliz se recebesse o tratamento que hoje dá?
Leia mais »

UM SOBRE RECOMEÇAR

Estive sumida daqui de novo. E dessa vez não foi só por falta de tempo, foi porque pensei em desistir deste espaço mesmo. Quando comecei este projeto eu não tinha qualquer objetivo a não ser colocar para fora minha ideias e sentimentos e assim ele funcionou por muito tempo, mas depois achei que seria legal fazer mais e comecei a estabelecer metas e a tentar planejar demais e o prazer que eu tinha em escrever aqui foi tomado pela sensação de mais uma obrigação. 

Pensei em desistir também porque não sei se efetivamente tenho talento para isso. Amo escrever, mas não sei ao certo quem alcanço ou porque os alcanço. Amar uma coisa e talvez não ser capaz de fazer isso de forma pelo menos satisfatória é meio assustador e bastante desanimador. Mais uma vez aqui era eu perdendo o foco. Não é sobre ganhar um Jabuti, é sobre ser feliz, é sobre ser bom para mim. E isso deveria bastar.

Mas hoje, em alguns momentos variados, de novo os tais sinais nos quais tanto acredito cruzaram meu caminho. Entrei em uma loja e pensei em como histórias de superação nos cercam todo o tempo e não nos damos conta e nós talvez pudéssemos fazer algo para ajudar se apenas nos déssemos o trabalho de ouvir esses relatos. Não precisamos ir longe, é só olhar o nosso vizinho com atenção, ou aquela lojinha de esquina na qual nunca entramos. Então, hoje eu resolvi continuar não só por mim, mas porque há muita história que merece ser contada por aí e aqui estou eu para contá-las.
Leia mais »